sexta-feira, 29 de julho de 2011

Divulgação

Nossos cartazes de divulgação:




Agradecimento


Gostaríamos de agradecer a todos que foram nos ajudar ontem na confecção das imagens (por ordem de chegada): Tobias Nunes, Claudinei Sevegnani, Dida, Bárbara Danielli e Gustavo Bieberbach. Ficamos muito contentes em ver a sala cheia e o serviço rendendo!
Aproveitamos pra convidar a todos que tiverem um tempo livre e quiserem nos ajudar. O trabalho consiste basicamente em pintar no tecido a partir de um molde; bem relaxante pra quem gosta de trabalhar com tinta e pincéis. Estamos todos os dias na sala 401 do CFM, na UFSC, e temos uma boa quantidade de imagens que ainda não foram pintadas.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dez vozes que foram caladas



No dia 8 de março de 2011 fizemos um cortejo de muita tristeza no centro de Florianópolis.
Era uma terça de Carnaval e também dia Internacional das Mulheres. Dia de festa e só havia em nós dor. Não há o que comemorar ainda com tanta violência contra todas nós.
Só em Santa Catarina 58 mulheres foram assassinadas em 2010.
Havia um silêncio inquietante. Sentíamos a presença daquelas que foram caladas para sempre no Brasil.
Éramos dez mulheres em total silêncio carregando nas costas o peso de um manto de olhos.
5760 pares de olhos femininos colados em tapetes plásticos, um par para cada mulher, que de 15
em 15 segundos, vira vítima de algum tipo de agressão.
Dia 05 de agosto seremos 240 mulheres carregando as imagens das outras 5520 de um único dia
de violência. Haverá silêncio em nós novamente e nossa tristeza e indignação se farão audíveis. O
som trancado em nós irá ecoar forte como a batida de um coração assustado e ao mesmo tempo
sensível e solene como uma prece que vem no som do tambor reverenciando antepassados.
Teremos 10 cortejos que se encontrarão no Largo da Catedral Metropolitana e nos colocaremos
diante dos olhos de Deus e certamente seremos ac
ompanhadas pelas 41.532 mulheres que partiram sem serem ouvidas.
Precisamos que a voz delas possa ecoar nesta cidade. Precisamos de força para muitas guerreiras
que travam uma batalha todos os dias contra um grande inimigo.

Talvez quando os sinos tocarem, talvez com o som do tambor algo desperte.

Florianópolis ainda nega direito de abrigo às mulheres submetidas ao terror e ao risco iminente de morte.

Por que só temos 4 casas abrigo em toda Santa Catarina?

Por que na capital elas ficam no desamparo?

Casa Abrigo quando?



(Texto: Ilze Körting
Fotos: Rodrigo Garcez)

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O Silêncio das Inocentes

Documentário com argumento de Naura Schneider e direção de Ique Gazzola, traz depoimentos de Maria da Penha, motivadora da lei que leva seu nome, e outras vítimas brasileiras da violência doméstica:

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Convite

No dia 5 de agosto acontecerá a performance "5760 - Diante dos olhos de Deus". Temos que ser 240 mulheres, que é o número de agressões conta a mulher no Brasil em uma hora . Toda e qualquer mulher pode participar, não colocamos nenhuma restrição pedimos apenas que venham cheias de boa vontade e movidas pela indignação de saber da covarde violência contra nós mulheres. Mande seu e-mail para projeto5760@gmail.com.
Mandaremos os detalhes da execução da performance que é muito simples, mas de muita sensibilidade. Do dia 30 de julho a 4 de agosto haverá um preparo de 2 horas aproximadamente para que no dia possamos fazer uma presentação com alma. Não há cachê pois até agora trabalhamos com poucos recursos pessoais.

Obrigada,
Ilze Körting

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Apresentação

Já faz mais de 30 anos que eu, pela primeira vez, acompanhei uma vítima de estupro. Ficou marcado em mim a dor e o desespero dela ao ser examinada pelo médico. Não lembro seu nome, mas a agonia do corpo trêmulo, as lágrimas e o olhar de pavor, eu nunca mais esqueci. Tenho reconhecido este olhar em outras mulheres com os mesmos sinais da agressão e acabo ouvindo muitas histórias dramáticas.

O tempo passou e a violência tem chegado até mim em outras protagonistas. O Projeto 5760 é mais que um projeto para tornar visível a violência diária contra amulher no Brasil, ele quer:

- mobilizar a opinião pública para exigir de nossos governantes políticas públicas eficientes no combate e na prevenção da violência;
- cobrar a criação de espaços para acolher a mulher em risco (casa abrigo);
- gerar discussões sobre nossos valores culturais que ainda consideram o corpo feminino como mero objeto.

5760 como projeto tem também o meu pessoal. Ao criá-lo tento diminuir minha própria angústia por ver tanta coisa absurda acontecendo diariamente bem perto. Como diria minha amiga Dida (também envolvida no projeto),“toda mulher tem o direito de ser feliz e viver em paz.” Eu, assim como ela e muitas outras, quero só isso.


Primeira performance, realizada em 03 de novembro de 2010
(foto por Ricardo Goulart)


A cada 15 segundos, uma vítima. A cada 24 horas, 5760.


ATÉ QUANDO?


(Texto por Ilze Körting)